Mudo de assunto, gosto de azul.

Você também muda de assunto constantemente?
O azul no nome do título foi só pra disfarçar porque tipo, azul é minha cor preferida depois de verde no tom do meu time. Você viu a camisa nova do palmeiras que beleza? Comprei duas mais tem que sobrar dinheiro pro pãozinho que agora tão assaltando a gente com esse negocio de pesagem. Já nem gosto de balança mesmo, to meio fora de forma mas to fazendo uma dieta que minha tia que ta com câncer me indicou que é boa, pena que ela tem pouco tempo de vida, o câncer virou metástase e ela não ta nem mais dirigindo naquele carro novo igual da propaganda que é bi combustível, mas de bi já basta o carro porque meu vizinho revelou ontem pros pais que corta pros dois lados. E por falar em cortar pros dois lados eu lembrei da Dilma: será que ela ganha gente? Depois dessa vou indo pessoal porque to com sono, e já que hoje estava bem quente amanha pode até chover se o dólar aumentar, né? HAHA

Soluções Drásticas.

Cansado de alguém? Mata.
De bode da faculdade? Larga.
Comeu demais? Vomita.

HAHAHA :D

E você o que prefere?

Até onde podemos ir? Até o limite do suportável.
Um belo dia, depois de inúmeras repetições do mesmo erro, a gente desiste.
Com tristeza pela perda, mas com alegria pela descoberta, diz pra si mesmo: cheguei até aqui.
E, então, a vida muda.

(Martha Medeiros)

8 Estorias.

Depois de oito histórias assim poderia estar tranquila, mas sinto que alguma coisa em mim se transforma.

Giovana me liga ainda.
Laura nem pode me ver.
Pra Claudia eu dançava sozinha até que na pista
conheci a Sofia.
Com Luna só disse mentiras.
Pra Ruana mentia em Espanhol.
Pra Carmem inventei tanta história, nem sei se era Carmem me foge a memória.

Todas as moças são partes que encontrei em mim.
Riem, e sonham e querem um grande amor totalmente pra si.

E em todas procurava o futuro que nenhuma poderia me dar (...)

(Ana Carolina.)

Quando a Mulher é o Diabo.

(...) Mas eu não sei o motivo, não sei porquê ela fez isso comigo. Eu achava que ela me amava. Desde sempre. Mas quando começou a falar em filho, em trabalho melhor e em religião da terra, fiquei com medo. Muito medo. É isso que eu proporciono pra ela? Dinheiro, esperma, fé? Eu, hein. Fico aqui mesmo, deixa ela se foder do jeito que achar melhor. Sei que não tem outro na jogada, o lance é comigo. O problema sou eu. Mas ela é que é o inferno em pessoa. Colocava as botas, saia curtinha e vestido - tudo preto, tudo novo. Me dava um beijo de língua, me empurrava e falava pra fazer miojo na janta. Eu fazia. Esperava ela voltar enquanto o maço ia esvaziando. Nunca notei nada. Mas sei que a mulher é o diabo. E mais underground que a minha, impossível.

Retirado de: Finjo que acabei de chegar.

ps: aprendi a colocar bibliografia! :D

Anotações sobre um amor urbano.

Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha pra mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi pra saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá dizer: Não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelho, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos.

Caio F. Abreu