O Troco.

Queria ser tantas coisas. Ser rico, bom de lábia, cinco centímetros mais pauz alto… Também gostaria de ter sangue frio para certas causas, principalmente as que você desiste depois que a cabeça esfria. Tipo se vingar de quem te fodeu.
Veja bem, não sou nenhum Mr. Vendeta. E acho que ninguém tem tempo pra isso. Mas já pensou que delícia seria se aquele chefe pilantra, aquele ex safado ou aquela amiga vigarista, recebesse o troco exatamente como você pensou?
Não falo de sangue, fratura exposta e morte (ou falo?). Digo em dar a mesma moeda para os que não tiveram pudor em passar por cima de você. Gentinha de lábia doce e alma cruel, que te mostrou que existe o lado negro da força.
No fundo, sabemos que a vida vai se encarregar dessa categoria. Mas se ela apressar as coisas para a gente poder saborear este momento, não seria nada ruim. Pois existem pratos que se comem frios, alguns mornos e outros quentes, beeem quentes.

PauLa Lasciva.

Alguma coisa se remexe desesperadamente no peito dela. A alma? Sua alma é perigosa, aventureira, laracroftiana. Conversa comigo de modo obsceno, no meu sexo (não confundir com coceirinha).
É da natureza da sua alma querer descruzar as pernas para deixar respirar o botão de rosa orvalhado, vulgo xoxota molhadinha, oferecendo um passeio turístico para os dedos mais aventureiros. Repito, ela é lasciva.

Eu Não Te Amo.


Quando você partir, não pense que vou tentar fazê-la ficar.
E talvez quando você voltar, eu terei saido para encontrar outro caminho.
Afinal, depois de todo esse tempo que me tomou, você ainda é essa inútil que eu nem conheço.
Então pegue suas luvas e vá embora.
É melhor ir embora enquanto você pode.

Quando você partir, você deveria ainda sim voltar para dizer: "Eu não te amo como amava ontem".
Às vezes eu choro tanto por implorar, tão doente e cansado dessa violência desnecessária, mas, meu amor, quando te derrubarem no chão e te jogarem pra fora, é lá que você deve ficar.
Afinal, depois de todo o sangue que me tomou, um dólar a mais é só outro golpe.
Então dê um jeito em seus olhos e levante-se, é melhor se levantar enquanto você pode.

(My Chemical Romance)

LEIAM!

O programa Fantástico do último domingo (18/09/2011), mostrou cenas de embrulhar o estômago, que aconteceram em diversas unidades de saúde do País.

Pacientes recebem medicações trocadas, crianças sofrem lesões graves, e mortes causadas por erros banais estão cada vez mais comuns, por conta da desatenção e má formação dos profissionais de enfermagem.

Por tal motivo, por favor senhores ENFERMEIROS e demais profissionais de Enfermagem, vamos agradecer ao FANTÁSTICO (que é um programa fantástico) por ter exposto a enfermagem como uma categoria sem valor, como se já não bastasse as 40 horas semanais, salários inferiores a todas as categorias da saúde de nível superior, gestores equivocados e péssimas condições de trabalho.

Só esqueceram de falar uma coisa: sem a enfermagem não existe reabilitação clínica.
Carregamos a saúde pública nas costas e ainda assim somos notícia apenas quando há erro? E alguém questionou os "porquês" desses erros?

Engraçado como o assunto sobre a "Luta Pelas 30 Horas Semanais" nem foi comentado, mas eleições obrigatórias, multas altíssimas se não votar e mensalidade de registro de classe quase impagáveis que não condizem com os proventos da categoria, esses sim nunca são esquecidos.

Ao Excelentíssimo Presidente do COFEN, o meu MUITO obrigado é recheado de sorrisos e motivações.


Divisão Nuclear.

Dividir não é fácil para uns (ou seria, fácil dar?). Viver a dois é sobretudo o exercício da tolerância. E como bem se sabe colega, tolerância é que nem bilau, tem de todo tipo e tamanho.
Tem aquele grupo cuja tolerância para com o ser humano é zero. Não faz questão de sorrir nem pra criancinha de bochecha rosa, e curte deixar isto bem claro. Mas por um motivo divino, são pessoas capazes de suportar tudo do ser amado. E quando se diz tudo, é tudo mesmo.
O outro lado da moeda é aquela gente amável com todo mundo, mas que vive aos trancos e barrancos com a paquera (até rasgando camisa em balada). Uma piscada errada vira o estopim pra uma guerra nuclear. Que por sua vez, vai servir pra apimentar o acordo de paz, selado na sessão de sexo (adoro!) horas depois.

Tem os que mesmo discordando não brigam nunca. Ganha quem falou primeiro e pronto. Outros, simplesmente largaram de mão. Vão viver a vida inteira destoantes, mas lado a lado. Tem ainda os tipo políticos, que acham que tudo tem que ser discutido e acordado, do paozinho à conta do bar.
Não existe fórmula ou segredo. O que existe é a vontade de querer que dê certo. Quando dois símbolos formam um só. E que a gente cai na real de que se relacionar não é olhar o lado do outro, ou convencer o outro a olhar o seu, mas sim quando os dois olham para frente, juntos.

Etiquetando no FB.

E daí que o calor ta de queimar la fora, o papo é o mesmo todo ano, bora falar de etiqueta no Facebook. Não que eu tenha moral para isso. Mas pelo menos meu filme não está como o seu, mais queimado que aquela pizza que você esqueceu no forno. Vamos a isso:
Taguear os outros na foto. Pra começar, acho uma falha do site permitir marcar foto sem o accept do publicado (TÁ, AMIGOS?). Na minha profissão isso é ilegal. Na vida real, merecia 10 chibatadas. E se a foto for ruim, perdia uma falange.
Segundo assunto, a erotização fotográfica. Foto de abdômen, de biquíni, ok! A gente sabe o poder da propaganda. Mas revelar demais não te deixa mais gostosa, só mais vulgar (o que pra alguns por aí, nem é problema).
Fazer Romeu & Julieta online. É tipo beijo de língua na fila do mcdonald's. Você diz, ah, olha quem quer, mas não é bem assim. Sem contar o fato de expor sua felicidade a todo tipo de gente. A inveja é uma merda? É, mas algum amigo devia ter te contado que a sua cafonice também. (Leu isso?)
Por fim, o botãozinho "cutucar". A regra é clara, cutucar não é bom na vida real, quiçá na virtual. Seja educado e direto quando conhecer alguém na web.
Bom, se você só tiver putaria e más intenções na cabeça, vale não ser tão direto assim...

PGD.

Você, alguma vez, ja se sentiu como se tudo o que fizesse , chamasse a atenção de todos? Ja se sentiu capaz de fazer um monte de coisas?

Ja sentiu uma coragem anormal, pra tomar certas atitudes e correr os riscos com o melhor sabor que eles têm?

Já se sentiu diante de um pote de doce bem caro, que todos querem, mas só você tem a colher certa?

Pois é... vez em quando, beeeeeem de vez em quando, isso acontece.

Verão. Hot.

Vai chegando o verão e todo mundo fica solto na vala. Tanta azaração acaba ocasionando a paixonite tropical, decorrente da união dos fatores + lugar paradisíaco + nada pra fazer + um bom corpo solto do lado do seu.

Os sintomas começam a se manifestar quando você passa a jurar que achou o amor da sua vida. E achar normal rolar na areia, trepar na cachoeira e ir viver numa cabana feita de bambu e folha de coqueiro.

Tudo piora com o retorno a civilização. Primeiro as juras de amor, depois as promessas de reencontro e por fim, o bêjo me liga. E a pessoa, bem… Nem beija e nem liga. E você realiza que romance Lagoa Azul só tem em filme. E dos anos 80.

Vide a amiga que estava em Santa Catarina jurando que tinha pescado um príncipe, com quem ia ter cinco filhos e uma casa com borboletário. De volta, descobriu que o tal príncipe não só tinha dona, como também cinco filhos certinho. E o borboletário? Vai perguntar pra ela que ela super te diz onde é que tá. Né, Gued's?

Se vale o consolo, toda paixonite tropical passa. Não tem conto de fada que resista a uma semana de realidade. No fim, sobram recordações (boas ou não) e a promessa de nunca mais acreditar nesse delírio… Ao menos, até o próximo verão.

Garganta Profunda.

Você diminuiu a balada, come arroz integral, corre no parque. Enfim, está na fase saudável. Logo, pensou que nunca mais ia por uma pílula na boca. Hã-ham! Um mês depois seu criado mudo lembrava uma bancada de UTI.

Daí que o dia começa com homeopatia. O doutor sugeriu e você, na fase zen, se jogou na medicina alternativa. Só de bolinha de açúcar são quatro vidrinhos (imagina o desequilíbrio da pessoa).

Depois são as vitaminas para aumentar a resistência. Quando se faz muito esporte o organismo tem um break down. Sabia não? Nem eu, que só fui descobrir isso depois de tirar litros de sangue e fazer exame até da alma.

Depois vem os suplementos. Afinal, o verão está aí, o Rio de Janeiro está aí e, veja só quem também está aí: a barriga de chope. Resumo? Mais duas pílulas do tamanho dum besouro pela manhã, a tarde e a noite.

Mas tudo bem, a gente toma tanta porcaria na vida (e nem me refiro a Fanta Uva, tá?) que a meu ver isso é fichinha. Fantástico mesmo é você chegar na roda e te chamarem de Glória Maria.

O Fora.

Quando comecei a escrever este blog, eu era um tanto quanto incapaz de chegar numa pessoa e deixar claro o meu interesse. Para não dizer totalmente incapaz, eu chegava junto, tão-somente, se a pessoa deixasse bem claro que também estava interessada. E até chegar nesse momento, acredite, precisava de muitos olhares, cruzadas de pernas e os mais variados sinais de interesse. Sim, eu era mole. Na boa, meu caro, naquelas circunstâncias, se a humanidade dependesse de mim para perpetuar a espécie, a humanidade estaria na fossa (artifício supimpa para não escrever a palavra “merda”).

De algum modo, no entanto, ao custo de muitos foras, comecei a aprender como funciona a mente humana. E o mais importante: descobri que tentar mudar minha maneira de ser não resolveria o problema. Foi então que decidi me envolver com pessoas que gostam do que eu gosto, ou que pelo menos aceitem ou procurem entender (sexo selvagem, oi?). Não adianta, afinal, querer ser o que você não é. Simplesmente não dá certo. E, felizmente, quando descobri essa verdade, a mágica se fez. E o macho dentro de mim despertou — ui.

Inexplicavelmente, depois da minha caminhada espiritual e a descoberta do meu eu interior (cof), algumas pessoas começaram a se interessar pelas minhas qualidades (potência, tamanho… hã?) e, de uma hora pra outra, me vi imerso num mundo de confusão e alta azaração. E o melhor: agora eu estava do lado certo da força. Ao invés de ser o amigo-irmão, eu era aquele que beijava.

Acontece que se a falta de sexo é um problema, o excesso também é. Afinal, eu até concordo que sou demasiadamente potente, mas tenho um limite (sim, eu faço auto-propaganda). E então descobri que precisaria fazer algo inédito: dar o fora. E logo eu, a vítima dos foras, virei o carrasco.

Mas como dar o fora? Afinal, por mais que já tenha sentido o gostinho amargo da auto-afirmação alheia, não acho necessário fazer o mesmo. É só uma questão de interesse, nada mais. Não necessito jogar a pessoa pra baixo. Se não estou interessado mais nela, não significa que ela não é boa o suficiente, ou que eu sou melhor. Mas como deixar isso claro? Bom, sei lá. Não sei. E por isso, sem amizade, sem nada, a pessoa sumiu.

Ei Leandro, cadê?

Tá, eu confesso: estou em falta com vocês, caros leitores. Não nego. Faz mesmo um tempão que eu, blogueiro preguiçoso que sou, não escrevo por aqui. É, aliás, bem verdade que isso deveria ser punido, até porque não cabe a justificativa de que eu estava muito ocupado, pois eu não estava. Mas, de todo modo, peço desculpas pela ausência.
E, por fim… Não, este blog não está abandonado (ainda que pareça estar). Ele só está, por ora, um pouco desatualizado. Mas por pouco tempo.

O Contrario do Amor.

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Eis um ultimo fato: Estou re-postando esse texto porque parece que as pessoas esqueceram de tal diferença.

Pessoa Água-Viva.

Conhece? É aquela que num primeiro momento você acha linda, transparente. Mas basta conviver e pronto, você descobre que é venenosíssima. E que na melhor das hipóteses vai te queimar.

Se você não catou a metáfora, me refiro aquele tipo de gente que muda de time conforme a maré, abrindo mão de regras e valores próprios e se adaptando as normas de moralidade da ocasião.

Curioso é que esse povo (de caráter beeem duvidoso) não tem a menor ciência da sua vulnerabilidade. No fundo são cercadas de uma fina camada de carência e insegurança, pronta para estourar.

Num mar de tubarão como Uberlândia é natural topar gente assim. Basta esperar, que a corrente se encarrega de levar este tipo para bem longe da gente. Depois você pede um expresso duplo, para tirar aquele gosto de maresia que ninguém merece, e pronto!
Passou.

Eis um ultimo fato: 3º Mensagem Subliminar do Dia.

Semana Tensa.

Existem semanas na vida da gente que podiam não existir. São aquelas que, resumindo bem a história, te obrigam a um Tramal por período, um no café, outro no almoço e outro no jantar. Sem brinqs.

Algumas pessoas têm o dom da oratória. Outras da simpatia. E eu, de sacar uma semana tensa antes dela acontecer.

A semana tensa pode estar relacionada a inúmeros fatores, independentes ao seu controle, claro. Uma visita, uma espera, uma notícia, uma resposta.

Na semana tensa a gente não lê livros, revistas, nem bula de remédio. Também não vai na academia, almoçar fora ou cortar o cabelo. O que a gente faz? Apaga incêndio, descasca batata e chupa muita manga.

Mas como vender coco você não vai, herdeiro você não é e loteria você não joga, resta esperar a semana passar. E se for competente ainda descola um massagista nota dez, que vai fazer toda essa tensão ter bem valido a pena. Fica a dica.

Perguntaram Pra Mim.

— Por que você não pode ficar sozinho, sem a Gued's?
— Eu posso, mas não quero. Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite. Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando.

(Des)Arrumação.

Arrebentei meu cordãozim de prata. Tava na piscina, o dia tava lindo, o sol brilhando, acreditei na saída drama e thunz... Arrebentei.

Na semana seguinte dirigindo para o trabalho enrosquei o escapulário no cinto de segurança e arrebentei também. E nessa semana fiz uma manobra radical com o mouse e PAH! Foi-se a pulseira do relógio.

Pode? Três acessórios no prazo de um mês. Mas já mandei consertar tudo e no paralelo pensei em comprar um relógio decente, já que o bacanudo eu perdi ontem numa festa bafo, junto com o resto da minha dignidade.

Ainda tiveram os amigos gozando, dizendo que eu estava carregado, que era para eu andar com sal grosso, alho e por aí vai. Carregado para mim é quem mistura destilado com fermentado.

Mas na dúvida pus no pulso um outro acessório, mais barato, colorido e com a bênção do Nosso Senhor do Bonfim. Que proteção, sexo e dinheiro, nunca é demais.

Deprêland.

Por mais correto e bem centrado que você seja, cedo ou tarde acaba se enrolando no GPS e indo parar num lugar meio estranho, chamado Deprêland.

Você nunca sabe direito como foi parar lá. E nem percebe logo de cara. Daí reconhece uma esquina ali, uma pilha de louça aqui, uma correspondência fechada acolá. E batata, saca que é Deprêland mesmo.

Pra Deprêland a gente não leva mala. Um camisão xadrez com samba-canção já arrasa. Por dias. Outro indício que estamos lá é o fenômeno do cabelo vivo. Ele tem vontade própria te deixando em pouco tempo a cara da Medusa.

Em Deprêland você não precisa se preocupar com nada. Nem com contas, nem com família, nem com trabalho, ou porra nenhuma. O único problema é que lá o mundo gira, a vida gira, mas você não. Como um conto ruim.

Voltar de Depreland é chato mas geralmente a gente acha sozinho. Fica no fim dum túnel onde brilha o sol, onde se faz a barba e onde os olhos têm uma outra função além de chorar, que é enxergar o mundo como ele é: complicado, encantado e lindo de viver.

Sobre mim. part. II

Às vezes até bate uma pontinha de felicidade por ter aprendido de vez, digo, por finalmente ter deixado de ser besta! Me sinto até malandro, cá entre nós, creio de vez em quando estar mais experiente e saber lidar melhor com algumas situações… E nos meus picos de idiotice extrema penso até saber algo sobre a vida ou ter aprendido algo sobre a mesma. Mas realmente me sinto mais como um pássaro por não estar mais tão dependente e até por agora poder suportar melhor as várias idas e vindas que ocorrem nessa minha vidinha. Sabe, consigo até sentir a brisa no meu rosto e esse prazerzinho que a liberdade me causa. Eu fico verdadeiramente satisfeito com as mudanças, por estar mais forte e finalmente ter deixado de ser uma criança que só reclama de como a vida tem sido dura e injusta, mesmo sabendo que eu não mudei nem um pouco. Digo que agora aguento essas pancadas nas costas mas não aguento coisa nenhuma! Continuo o mesmo, qualquer alfinetada no peito já me sai como uma verdadeira facada. E também não abandonei meu dramas mexicanos, óbvio. Quando acontece, reajo da mesma forma, fico surpreendido, mesmo que já esperasse… E depois fico mal, esperneio, reclamo, bato perna… Mudei coisa nenhuma, continuo tomando cada rasteira braba dessa vida… Apenas me permito acreditar em algumas mentiras que conto pra mim mesmo. preferindo me iludir sozinho e fingir que mais forte. Ainda digo que cresci.

Sobre mim. part. I

Confesso que costumo pedir muito por mudanças, não costumo ter a mesma opinião durante dois dias seguidos e não gosto de mesmices. Tudo numa perfeita ordem e tranquilidade me enche o saco. Sabe, não gosto das coisas nos seus respectivos lugares… Começo a ficar rabugento, muito rabugento! Implico com tudo e um quadro torto na parede é motivo pra tempestades… Acho que fico insuportável, não sei como é que me aguentam. O latido do cachorro da vizinha me deixa com dor de cabeça e a goteira da pia parece uma cachoeira. Quero mudar tudo de lugar, trocar as cortinas, comprar moveis novos, mudar as flores do jardim e até, quem sabe, renovar minha rede de amizades, todinha. Mas eu preciso dizer que quando as tais mudanças chegam, me assusto. Tudo mudando do nada conforme eu queria me deixa extremamente assustado! Não gosto, me sinto arrependido quase que na mesma hora. As coisas como eram antes sempre parecem ser bem melhores. Fico tão paranóico que me encontro em marte, mas o meu corpo permanece aqui. Eu juro que fico tão ridículo quanto uma criancinha assustada. E… nossa! Quanto drama… Dramatizo tudo, aumento, esperneio. Quero tudo de volta no lugar, que nem uma criancinha mimada… Aí vejo que não dá mais. Olha, veja bem, essa minha indecisão toda me intriga, será que não posso ficar satisfeito com nada? Sempre reclamando da vida, de como as coisas são, sempre com esse medo escroto de mudanças… Não podem ser tão apavorantes ou não deveriam ser, pelo menos pra mim.

Só os fortes entenderão.

Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. Mas eles são idiotas demais para perceber que não estou mais ali.

(Charles Bukowski)

Assassino Nato.

Eu passo quieta por você, você passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz. E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu. Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim. Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena. Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. De tanto treinar acostumei.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você antes que eu morresse.

(Tati Bernardi)

Eis um ultimo fato: Não vou terminar esse post desejando felicidades pra você. Estas eu desejo pra mim.

Namoro e Gordos Felizes.

Namoro é relativo. Quem é que define o que é namoro, ficada, amizade ou dedo-de-moça? Qual a diferença? Porque, assim, uma coisa se confunde com a outra, na maioria das vezes. Você fica com um amigo. Namora um colega. Faz sexo com um cadáver. E deixa de ligar, no dia seguinte, para um cortador de unha que conheceu numa baladinha.

Dizem que namoro é um tipo de relacionamento mais completo. Que envolve tudo: amizade, amor, companheirismo, dedos e tapas. Mas, não sei... Acho que namoro é só desculpa para controlar alguém e engordar sem culpa. Namoro é para fazer volume, ganhar uns quilos a mais.

Gordos

Ele não é gordo. Tem felicidade acumulada no quadril. Os gordos são redondamente mais felizes. A perspectiva do que vão comer na janta é o que move uma pessoa durante o dia. Os gordos sabem disso. Funcionam, ainda que com movimentos reduzidos de bexigas, para este fim, a janta. Não que o prazer do gordo esteja somente na comida, mas na conquista de novos números na balança, no tamanho da calça e da camiseta. Os gordos são, por natureza, ambiciosos. Balões festivos que só pensam em se fazer subir.

Marina.

Marina, você é tão linda, tão cheirosa, tão cheia de vida e de cabelos! Aceita comer um macarrão alho e óleo comigo no almoço, Marina?

Sempre que eu te vejo, Marina, tenho vontade de comer. Você me abre o apetite. Acho que são as suas bochechas infladas e as dobras que você acumula na barriga.

Ah, Marina, se você fosse homem...

Marina, não se mova! Tem uma abelha na sua testa. Fique assim que eu dou um jeito.

Plaft!

Oh, Marina, como você é doce!

Pra quem me odeia!

Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro. É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.
Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim. Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço. Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos. Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.
Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando. Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor. E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.
Com amor, da sua eterna.

(Fernanda Young)

Preguiça Das Pessoas.

Se deixarem, sou capaz de passar o fim de semana inteiro em casa sem pôr o pé na rua. Ah, não gosto de dirigir, a cidade é quente e... Bom, e eu tenho preguiça das pessoas.
Nunca fui de turma, não gosto de muvuca e às vezes pareço antipático com quem não conheço. Prefiro sair com um amigo do que com várias pessoas. E no mais gosto tanto da minha casinha! Tenho livros e filmes ótimos que estão há meses me esperando. Com o tempo eu aprendi a me auto-divertir. Até pra sexo sou auto-suficiente o bastante para sentir prazeres surpreendentes. E isso é uma grande conquista.

Então, acredite em mim, por mais insatisfeito que você esteja comigo, eu estou mais.

Longe!

Calma. É só se manter longe. Longe, bem longe. Que longe nada afeta. Ou quase nada. O foco é esse!


O Jornal de Mim.

Confesso que tenho tido boas novas. Meus jornais diários, aqueles que a gente recebe quando acorda, quando vai dormir, ou bem no meio do dia, estão chegando recheados de boas notícias. E já não era sem tempo. Ou talvez seja esse o tempo exato das coisas.
Quando a vida, seja pela ausência ou por uma presença indesejada, exacerba a nossa fome, o prato que chega parece pouco ou insuficiente. Mas cada desejo tem seu quilo, cada carência tem seu copo d'água, e cada sede tem seu tesão.
Cabe a mim, agora, receber os meus jornais de braços abertos, absorvê-los de ponta a ponta e publicar, nos próximos posts, minhas novas alegrias!
Caramba! Que viver é esse??!!!

Ela é.

Adoro quando ela chega toda entusiasmada
Cheia de carisma junto da rapaziada
Mulher sem frescura, sempre toma uma gelada

Se o assunto é futebol ela tá atualizada.

Ela é demais
Ela trabalha independente

Sempre disposta, ela sempre tá contente
É estilosa e tem um jeito irreverente

Nunca fecha a cara, anda solta e sorridente.

Ela cozinha e faz um rango excelente
De noite na cama sempre é surpreendente (huum...)

Qualquer lugar jamais se faz indiferente
Nunca da mancada, nunca é incoveniente.

Ela é diferente
Ela é engraçada

É inteligente
Também é bem humorada.

Eis um ultimo fato: Eu preciso de mais alguma coisa?
É, eu tambem acho que
não!

(Composição: Bruno Diegues)

Escritor Bloqueado.

Já se passou quase dois dias desde o último post publicado nesse blog. E ora, meus leitores devem estar achando — e não por pouco — que esse blog foi abandonado, ou ainda, quem sabe, que eu sou o blogueiro mais vagabundo que existe. Mas, entretanto, preciso confessar: não consigo escrever. Isso mesmo. Eu tento, me esforço, mas não consigo.

Os textos até saem, mas ficam assustadoramente péssimos. Ruins mesmo. Daí já viu, não demora muito e estou me questionando se meu jeito para escrever acabou, se preciso parar e tudo mais. O inferno.

O pior é que não adianta muito ficar insistindo, porque quanto mais se pensa no assunto, mais ele piora (Murphy explica). E não, não há viagra que dê jeito.

E nem é, afinal, a primeira vez que isso acontece. =/

Nunca Ninguém Sabe.

Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar.
Por isso o meu verso tem esse quase imperceptível tremor.
A vida é louca, o mundo é triste:
Não vale a pena matar-se por isso.

Ninguém por ninguém!
Por nenhum amor.

A vida continua, indiferente!

(Mario Quintana)

É isso aeeeee!

A vida é bela! Queeee bom.
Mas e quando ela não é?
Nestas horas, cabe as palavras de minha Gued's. Pra ela, os momentos difíceis servem pra gente ser prático e esperar a dor passar.
A grana que não está sobrando. A família que está desmoronando. O namoro que foi pras picas. Aquele trabalho que você tanto, tanto queria e não conseguiu... Quem nunca passou por isso que atire a primeira cartela de Rivotril.
Nestas horas, tudo o que você “não precisa” é se preocupar com que os outros estão pensando.
Esqueça o mundo lá fora, esqueça a família, esqueça os problemas.
Se tranque em casa e fique quieto. Só não me venha com auto-piedade: dá ruga e não é legal desde o fim dos anos 90.
Recesso é pra remar, correr na praia, cuidar da pele, ler, assistir bons filmes, beber (ok). Enfim, capitalizar!
Porque quando esta fase acabar (sim, ela acaba) você estará uma pluma, e terá tranquilidade pra decidir se cola os caquinhos ou se joga tudo no lixo.
Põe um bom óculos-escuros e vai pagar de gatinho na única estrada que te cabe - a da felicidade.