Vai! (só comigo)

Fica.
Fica antes do clarear, antes do escurecer eterno.
Fica antes do cigarro vagabundo apagar, antes do café esfriar.
Fica sem rima, sem métrica. 
Fica que eu colo seu coração. Fica para aliviar minha oração.
Fica antes que eu me jogue no próximo ônibus, assalte o próximo banco.
Fica e foda-se a opinião alheia, fica a vida inteira.
Se não, vá! Mas me leva junto, amor.

Achei Que "bem-me-quer", Mais Parece Que "mal-me-quer".

Ele se importava...
E por ele assim se importar, ninguém se importava com ele.
Então chegou o dia em que ele passou a não mais se importar. Deixou de brigar, deixou de dramatizar, deixou de ligar, deixou de insistir, deixou de correr atrás, deixou de cobrar...
Só não deixou de pensar, e talvez esperar porque isso ele não sabia fazer.
Dali em diante as coisas passaram a ser mais leves, quase que imperceptíveis diante de tudo. A coisa é que ninguém notou que ele mudou. Talvez porque a mudança tenha sido interna, mas além de se sentir diferente ele agia de outra forma, de uma que era de qualquer outra pessoa menos sua.
 
Mas assim era mais leve.
 
Chegam momentos na vida das pessoas que elas não percebem que tem de parar de se importar com devidas coisas porque estas já não lhe servem mais daquela forma, não se encaixam mais.
É muito difícil abrir mão daquilo que nos acostumamos tanto, mas problema maior ainda é conseguir simplesmente deixar essas coisas irem.

Seja Livre. Seja uó!

 A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a urgência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separa
ções, dores.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!
Ria dos próprios defeitos.
Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu.
Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados, mas não consegue rir quando tropeça?
Que sabe resolver uma crise familiar mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… A realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço.
Solte pipa!!!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, beliscar o bumbum da mulher, e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único "não" realmente aceitável.
Teste a teoria. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir…
Bom mesmo é ter o problema na cabeça, o sorriso na boca e paz no coração!!!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um pão doce bem gostoso na café da manhã…
Tenha um dia perfeito, uma vida linda e nunca deixe de ser criança…


(Arnaldo Jabor)

Verdadeiro.

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chopp é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário, quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Nessas horas é que se vê o verdadeiro amor, aquele que é companheiro, que quer o bem acima de qualquer coisa. E é esse o amor que dura pra sempre. Na verdade esse é o único que pode ser chamado de amor!

(Pedro Bial)

EU TE AMO PELOS PROXIMOS MIL ANOS.

Meu peito amargurado finalmente encontrou descanso quando você voltou com toda tua intensidade de sentimentos esmagando-me com eles, enquanto teve que lidar com os meus que estavam frios e desordenados, me deu a mão e prometeu que jamais a soltaria.

Prendeu-me em teu sorriso e eu fiz de teu abraço minha morada. Guardo comigo teu cheiro e o gosto dos teus lábios, guardo tuas palavras que me acalmam o coração quando dou meus “ataques”, dou risada de quando você me puxa sério e reclama de quando eu falo um palavrão.

Tuas crises de ciúmes? Elas me irritam e me fazem querer esmurrá-lo, mas depois as vejo como declarações mais que explicitas.

As vezes eu paro e penso que amor não é nem metade do que eu sinto, que meus beijos e abraços não são suficientes, tenho a sensação de que ainda me falta muito e que minhas imperfeições no fundo tiram eu e você do sério, mas são justamente elas que me fazem encaixar perfeitamente em você, meu desapego em teu apego, minha imaturidade com tua vontade de gente grande, meu jeito de “deixo pra depois” com sua responsabilidade, meu jeito desleixado com esse teu certinho, sei que você adora quando deixo meu cabelo arrumadinho, mas não se segura e o bagunça inteiro, sei que você se faz de forte e de “machão” na maior parte do tempo, mas só quer carinho e atenção. Viu?

Conheço mais a ti do que a mim mesmo. Me tornei um viciado em você, como se a existência perdesse a graça e a cor quando você não está perto.

A palavra “amor” só faz sentindo acompanhada do teu nome, acompanhada dos teus afagos. Já deixei de ser meu e a muito tempo sou só teu.

Perto de você a minha fé nunca morre.

Auto Bibliografia.

Pessoas com vidas interessantes não têm fricote.
Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida.

(Martha Medeiros)

Sim ou Claro?

Por mais racional que somos tem coisas que não se controlam. E verdade seja dita: a maioria das coisas da vida a gente não controla.

Eis um ultimo fato:
Vale o risco?


Né? (:


Prevendo-Passado.

Estranhas essas manhãs pós chuva, que me deixam ainda com a insônia do dia seguinte. E os pássaros no céu só servem para contradizer o sonho que tive na noite de ontem, e páginas abertas no meu computador me fazendo achar o passado besta demais. Essas coisas que me fazem perceber que, em certos casos, sentir falta é muito diferente de desejar ter de volta.

Felicidade IN.

Quem diz que a felicidade não embriaga, é porque não conhece o meu estado agora. Primeiro, num momento de euforia, ainda com moderada felicidade, fala sem parar e compulsivamente... Agora, como exagerei na dose, minhas palavras se embaralham de tal modo que até pareço estar falando em outra língua. E se há uma construção social que nos evoca, religiosamente, a não beber porque a felicidade vicia, aproxima-nos de nós mesmos e nos distancia de Deus. Eu digo em alto e bom som que FODA-SE... A verdadeira felicidade esta dentro de cada um de nós.

Aos Povos.

Para falar a verdade, estou caindo de sono aqui. Não tem nenhuma música tocando ou qualquer coisa animada. Aliás, nem minha cachorra está mordendo loucamente seus ursinhos de pelucia como ela faz o dia inteiro.

Esqueça todo o romantismo possível que envolve textos bonitos e arrumados. Eis aqui um texto sem rumo algum, daqueles que anulam a monotonia exterior e mergulha no interior do meu coração pulsante viajando de leste a oeste. Um texto para viajantes que pulam de trem em trem, tendo a ousadia de beber Whisky durante sua curta estadia num vagão proibido.

Ah! Como são adoráveis os marginalizados, os insanos, os excluídos sociais. Tenho vontade de abraçar fortemente os filhos da mãe que mijam em frente das boutiques em que cada sapato custa toda a vida alimentar de uma criança faminta.

Um salve aos mochileiros que caminham sem a mochila, sem os mapas ou o próprio dinheiro; às pessoas que prestam atenção na natureza, no sorriso de uma velhota desdentada, imaginam os frutos de uma mão calejada, assistem as cores da vida e reproduzem o som das gargalhadas por onde passam.

Um beijo enorme para as pessoas que não ganham prêmio algum e ainda assim espalham a paz por onde passam, gritam sobre as necessidades de cada canto do mundo, vêem ao vivo e ao sangue os filmes de Almodóvar, as pinturas de Frida Kahlo.

Um grito de liberdade à todos muçulmanos passivistas, terra nova aos judeus igualitários, vida boa aos crentes não fanáticos, felicidade aos católicos de pensamento livre, aplausos aos ateus tolerantes. Água para as crianças sedentas, comida para as crianças famintas.

Luz para o meu coração.

Isso me despertou. Se eu pudesse declarar algo, qualquer coisa, seria isso. Seria a liberdade sem limite, liberdade tal que nem se chamaria assim. Liberdade tal que o ser humano ainda não a conheceu, talvez nem a imaginou.

Melhor Que Tarja Preta.

Você não é uma simples pessoa. Você é estranhamente diferente, e isso não é ruim.
Geralmente me lembro das pessoas com um certo peso, uma certa ansiedade que você sabe bem que tenho. Mas você... eu me lembro de você com a mesma sensação de brisa fresquinha num dia de calor. Ou de café quente numa noite de frio. Ou abraço apertado em dias monótonos. Ou como qualquer outra coisa encantadora que passa por nossa vida. Aquela coisa que você deseja que permaneça até o fim, todos os dias. Aquela coisa tão boa que você quer que dure a vida toda e, por isso, quer viver por muito tempo. E você me tranquiliza, coisa que ninguém nunca conseguiu. Sou afobado, paranoico, desconfiado. Mas perto de você, sou um homem melhor. Obrigado por me amar. Obrigado por simplesmente existir, amor.

Poeminha Pra Ficar.

Caiu a ficha agora. Sou teu.
Não quero viver sem você.
quero te trancar no quarto nu,
jogar a chave fora, nem ter fechadura.

Ser só nós dois,
fingir que o mundo não existe,
ter seu abraço para me proteger.
Deixar que nosso amor se eternize,
formar histórias que só nós devemos saber.

Não, menino, não vai embora.
Agora que o amor chegou na hora,
me dê a mão, olhe o céu lá fora.
O pequeno príncipe com o nosso amor
se enamora.

Olha Só, Amor.

Olha só, eu amo você. Amo apesar da minha cabecinha inconstante, do meu coração agoniado, da minha liberdade gritante, do meu jeito desesperado. Amo apesar dos seus dramas incansaveis, das suas raivas inexplicáveis, dos seus problemas eternos, do seu pseudo inferno. Amo você sem saber demonstrar, sem saber medir, sem saber fazer qualquer coisa bonitinha.

Mas, moço, você é a pessoa que mais me irrita no mundo e, ironicamente, é a pessoa que eu quero ter nos braços por vários e vários anos da minha vida. Quero cuidar e mimar você. Casar e construir nossa vidinha em paz, ou melhor, em uma paz caótica porque é a única forma de paz que conheço.

Sabe, me perdoa as mancadas, as brigas, me perdoa meu jeito de homem revoltado. Me perdoa todos os erros, amor, lembra que quero cuidar de você, por mais que eu seja muito pequeno pra isso. É, acho que ainda vou acordar e dormir do seu lado por muito e muito anos.

Nosso Amor é Assim.

Menino,
dizem que setembro é um mês interminável, dizem que é uma ponte gigantesca que apenas nos leva ao sol de outubro. Mas, para mim, não se passa de um mês banal na minha vida de confusão interminável, com dúvidas irremediáveis.

Sabe, nenhum tempo, ano ou dia passará tão longo e cruel quanto o dia em que eu me perder de você. Você, menino, que admiro, adoro, respeito e amo com todos os sentidos do amor. Você que me tem de um modo que ninguém tem, embora eu faça tanta bobagem com você.

Não suportaria sua dor, sua lágrima, seu rancor. Prefiro tomar pra mim e morrer aos poucos do que te ver se perder por aí. Prefiro suportar a dor do mundo do que te ver infeliz, menino. E isso é tão sincero, tão interno e mesmo assim incompleto que acabo expulsando as palavras do meu coração junto com lágrimas e dor.

Se cuide menino. Que você mantenha esse amor, amor dos quais todos eternamente irá invejar. Procure sorrisos, abraços, amigos. Se cuida lembrando que estará cuidando da melhor parte dos meus dias. Se quiser, fuja para o mundo, mas... por favor, não fuja sem mim.

Amarello Amor.

Amarello Amor from AMARELLO on Vimeo.

O que existe além do que já foi dito sobre o amor?
Toda minha vida pautada em amores que tive ou gostaria de ter; falando sobre os que tive, também não tenho muito o que dizer.

Amei e fui muito bem amado. Mas foi um amor, um único amor, que veio e cruzou minha vida, tocou minha alma e ficou marcado em minha pele.


Todos nós carregamos com nós uma história.
Aquela que só nos atrevemos a lembrar, quando durante a noite no escuro, encostamos nossas cabeças no travesseiro e o silêncio cala fundo.
Não importam os anos, certas coisas simplesmente permanecem.

Mas então, num dia qualquer de um ano qualquer, tropeçamos nesse amor já supostamente esquecido.
Percebemos que amor igual não há e que aquela pessoa continua e continuará a ser nossa referência afetiva mais sincera e profunda.
Não é doença nem obsessão. Aliás não é nada, só amor. Amor dos bons, daqueles que são únicos e maravilhosos, que acontecem poucas vezes na vida das pessoas. Daqueles amores que ficam e que teremos que conviver com ele como algo concreto e parte de nossas vidas.

Que alma consegue atravessar a vida sem ter conhecido o amor e quem sabe, ter a sorte de ser correspondido?
Que vida vale a pena sem amor?
Nenhum sentimento é mais lindo profundo e transformador que o amor. Só o amor transcende e purifica, enlouquece e cura, invade, permanece, liberta e aprisiona.
Quando acontece é um som grave que penetra, invade e permanece.

Não compliquem e nem elaborem o sentimento mais incrível e poderoso de todos.
Permitam que ele chegue e se instale.
Porque o resto são bobagens meninos, bobagens.

Viva o amor!

(Carolina Ferraz)

SE ACEITAR É SER FELIZ.

Depois de mais velho me considero um homem maduro e totalmente orgulhoso de ser quem eu sou. Antes eu me preocupava com o que as pessoas pensavam de mim… Agora eu só me importo com meu bem-estar, e sou feliz, juro!

Não peço mais desculpas por mostrar meus verdadeiros sentimentos.

Ainda não entendo, porque em nossa cultura, as pessoas se sentem mais confortáveis vendo dois homens levando armas nas mãos do que se amando...
Mas eu ainda estou de pé, em cima do meu cavalo negro, com força e fúria, olhando dentro dos olhos da sociedade, de frente para a ciência dizendo que os opostos se atraem e pólos iguais se repelem, lembrando-me que o coração não é lei, porque o coração é livre, e ele não tem sexo.

Não tenho orientação sexual porque não fui orientado a nada.
Também não tenho opção sexual porque nada escolhi.
Hoje eu tenho personalidade para dizer: “HEY MUNDO, EU SOU GAY!”

E não se preocupe, isso não é contagioso.

Todo dia tem uma festa dentro de mim.

Todo dia tem uma festa dentro de mim. Às vezes danço sozinho, erro o passo, esqueço a letra. Às vezes meu pé dói, me canso, bebo muito. Às vezes tem riso, amor e sabor. Às vezes, como em toda festa, alguém apaga a luz. Ou acende. Uns fazem fiasco, outros têm papo cabeça. Acontece de tudo. Às vezes ninguém me tira pra dançar. Em outras eu só fico bebendo no bar. Às vezes converso e me divirto. Em outras me escondo, quieto. Todo dia tem uma festa. Que acaba. Que me acaba.

Todo dia é dia de pedir mais.

A gente podia ser mais tolerante um com o outro. Fazer uma corrente do bem, dos bons pensamentos, da sinceridade, da tribo do romance e da delicadeza. E pedir mais. Muito mais. Mais amor. Mais gente fina, elegante e sincera. Mais contas pagas. Mais beijos na bochecha, na testa e na boca. Mais beijos de língua. Mais beijos de cinema. Mais gente que cuida da própria vida. Mais liquidação.

Todo dia é dia de pedir mais. Mais amor ao falar. Mais paciência ao ouvir. Mais cautela ao lidar. Mais amigos de verdade. Mais sorrisos de verdade. Mais amores de verdade. Mais verdade. E só!

ENFIM, ENFERMEIRO!

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por me mostrar a cada dia que, sem sombra de duvidas eu sou um dos escolhidos dele. Ao amor por me provar que no final do arco-íris existe sim um pote de ouro. Ao meu Super-Pai e a minha Super-Mãe por me ensinar com alegria a arte de querer aprender. Aos meus familiares por acreditarem em mim. Ao meu irmão por não me deixar cair nunca. E aos meus amigos que fizerem das minhas noites estressantes de faculdade as mais divertidas de todas.

Eis um ultimo fato: A partir de agora se as portas estiverem fechadas eu arrombo!

Síndrome Dos 20 e Poucos Anos.

Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos. Dá-se conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado(a) etc. E cada vez desfruta mais dessa Cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco. As multidões já não são ‘tão divertidas’, às vezes até te incomodam.

Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo. Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas. Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor. Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto e te achou o maior infantil, pôde lhe fazer tanto mal. Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar, e isso assusta!

Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado e significa muito dinheiro para seu pequeno salário. Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.

Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer. Suas opiniões se tornam mais fortes. Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é. Às vezes, você se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso.

De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando. Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro… E com construir uma vida para você. E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.

O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse texto nos identificamos com ele. Todos nós que temos ‘vinte e tantos’ e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes. Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça…

Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos… Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro. Parece que foi ontem que tínhamos 16…


Então, amanha teremos 30. Assim tão rápido.

Eu tô falando é de Paz meu irmão, PAZ!

Paz é melhor do que felicidade, pois não envolve expectativas. Quando se busca a felicidade as pessoas acham que você vai ser feliz o tempo todo, sorrindo o tempo todo, pulando de alegria, comemorando. Bem, a não ser que você esteja usando cocaína, o que eu não recomendo, não vejo como isso possa acontecer.

Neste estágio, não vejo a necessidade de mudanças imediatas, quero curtir este momento ao máximo. Também, quando se está realmente em paz, não se sente vontade de espalhar isso por ai. Quando se está tranquilo, o sentimento já basta. A paz vem de dentro e não precisa de aprovação.

Eu sinto muito, mas eu mereço isso.

Durante muitos e muitos anos eu rezei para que a fada azul viesse e me deixasse rico, famoso e magro, mas nada nunca aconteceu, então adaptei, busquei outros caminhos, encontrei outras respostas.

Eu estava vivendo uma fase muito divertida, talvez a mais divertida de todas, mas eu senti que eu precisava sair do canto. Evoluir me parece algo natural!

Não sei se serei amargo de novo.

Que a minha paz signifique férias.
Que a felicidade vire rotina.
E que cresça cada vez mais!

O Meu Primeiro Baculejo.

Quando nasci, nos idos de 1.990, ninguém imaginaria que aquela criatura cabeçuda, de olhos puxados e pingulinho minúsculo, poderia, no futuro, representar algum perigo às pessoas. Com muito esforço, no entanto, após o crescimento cientificamente inexplicável de algumas partes do meu corpo (estou falando da minha barriga, crianças), mostrei, na calada da noite, o meu potencial lescivo, dando a pessoas desiludidas de todo o país motivos para sorrir, cantar e acreditar num futuro melhor.

Apesar disso, em outros aspectos da vida, continuei a ser considerado um merdinha, cuja única conduta reprovável, realmente capaz de assustar alguém, foi ter conseguido a façanha de quase me matar com uma lambreta (?). Sim, porque, na escala da maldade, uma cabrita perneta provavelmente ofereceria mais perigo do que eu. Não que eu fosse o ser mais puro do mundo, destituído de qualquer maldade ou malícia, mas o fato é que, em termos criminais, nunca fui considerado uma ameaça.

Não à toa, sempre passei despercebido por fechas policiais e coisas do gênero. Não sei dizer ao certo o motivo disso, mas, agora, pensando bem, desconfio que só havia uma, dentre três possibilidades: a) eu era rico e influente; b) eu tinha cara de nerd, virgem e um corpo tão musculoso quanto o de um frango em crise aguda de diarréia, ou; c) eu era o Chuck Norris. Bom, isso é algo que nunca saberei. Mas, de todo modo, o importante é que eu estava acima de qualquer suspeita e, não por menos, quando vi aquele monte de viaturas policiais me cercando naquela fatídica noite, minha voz embargou — me senti emocionado, reconfortado e um pouco mais homem. Me senti, enfim, livre.

Finalmente, após enfrentar com uma coragem épica aquela situação dramática e perigosa, eu poderia gritar para todo mundo ouvir que a lenda ainda estava viva! Que havia esperança, havia potência e havia amor! Eu poderia, enfim, sentir o ar da vida preenchendo meus pulmões novamente. Mas a vida, a vida é uma put@ falta de sacanagem. E, ao invés disso, o que senti foi uma sensação desconhecida, que, de forma repentina, percorreu todo o meu corpo...

Encostado ao muro, com as mãos para cima e pernas abertas, senti um policial apalpar áreas nunca antes exploradas. Meu eusébio continuava intacto, mas, naquele momento, me senti violado. Era, afinal de contas, meu primeiro contato com a opressão estatal. Desorientado, vi policiais gritando, esfihas voando, luzes piscando e, em câmera lenta, cenas de telejornais e noticiários de Uberlandia invadiram minha cabeça. O cagaço, então, se instalou novamente. E assim, ao sentir a mão do policial próxima ao bolso da minha calça, fiz aquela que pode ser considerada umas das maiores burrices da minha vida. Olhei para o policial e disse: — aí só tem dinheiro, senhor. A resposta foi carinhosa e instantânea: um tapa na fuça, acompanhado de “está achando que alguém aqui quer o seu dinheiro, seu moleque?”.

Imediatamente, senti algo em mim esquentar — e não era apenas a minha orelha. Era a revolta. A raiva. Afinal de contas, como cidadão brasileiro, eu tenho direitos constitucionalmente garantidos e aquilo não poderia ficar impune, não poderia ser em vão. Eu deveria lutar. Ser a esperança dos mais fracos. A voz dos oprimidos. O rosto desse povo sofrido. E todos se lembrariam da minha guerra. Da minha história.

Pensei, então, em mandar o policial bater mais forte, porque, afinal, “aqui é Corinthians, mano!”. Mas me contive e, bravamente, como um símbolo da resistência, respondi, :

– Desculpe, senhor! Não foi minha intenção. Desculpe! Eu não quis dizer isso.

Desconsertado, o agente opressor, em sinal de respeito e temor, olhou para o meu rosto de Jaspion anêmico e recuou. E, assim, aquela noite virou história. A história virou lenda. E hoje, em butecos e vilarejos distantes, sou conhecido como “aquele que apanhou da polícia”. É, me tornei um mártir, bebê.

FIM.

Por enquanto já deu o que tinha que dar, o show acabou.
Agora volte ao trabalho, MUAH!

nasci, e agora?

Talvez não haja nada mais perigoso do que o direito de existir. Nascer e não saber direito o que fazer depois. Nasci e agora não sei. Mas não quero a resposta da religião ou da ciência, quero a resposta de dentro de mim. Afinal, para que eu vim? Sei que está ocupada e pode não me responder agora, alma, mas quando arrumar um tempo, me procure. Estarei em meu quarto jogando Angry Birds. Bata na porta duas vezes e eu vou saber que é você.

Pausa!

Não se enforquem, não se rasguem, não se depilem, e por fim, não se desesperem.

Estou dedicando esse tempo de não-postagem em viver.
Quando voltar, terei muito o que contar pra vocês. Na verdade, já tenho. Mais ainda é muito cedo.

Afastado dos Caminhos do Senhor.

A igreja já foi o seu lugar. Suas noites, amizades e práticas cotidianas já foram muito diferentes do que é hoje. Seus sonhos também já foram diferentes, eles tinham um sentido de ser, embora talvez você não tenha percebido. Hoje os sonhos são outros, aliás, eu não sei se você tem sonhado muito ultimamente.

Algumas pessoas chamariam você de desviado, eu não usarei este termo, prefiro chamá-lo de afastado; afastado dos caminhos do Senhor.

Sua situação não é confortável, convenhamos. Falar do passado pode não ser muito agradável aos seus ouvidos, falar de futuro também não lhe traz muito conforto, afinal, você conhece a palavra de Deus e sabe muito bem o destino daqueles que não estão em Cristo Jesus.

O presente... Bem, o presente parece ser a melhor saída, mas não dá para ficar eternamente no presente, daqui a pouco você já estará no futuro e o futuro pode ser tarde demais.

Você está trilhando o perigoso caminho de uma vida sem futuro, sem esperanças e sem saídas. Confesse que nunca passou pela sua cabeça a idéia de que você tem o controle da sua vida e que quando estiver em perigo pode voltar correndo para Jesus? Já passou isso pela sua cabeça, não?

Cuidado! Muito cuidado! A bíblia diz:

"Louco, esta noite pedirão a tua alma; o que tens preparado, para quem serás?" Lc 12:20.

Louco! Esta é a expressão que a bíblia usa para qualificar uma pessoa que pensa assim!

Pense um pouco agora, veja como está a sua vida. Quais são suas chances? Onde encontrará abrigo quando a trombeta soar anunciando a volta de Jesus? Veja: Deus está te dando tempo para se arrepender e entregar-se a Jesus! Você vai trocar esta oportunidade por uma eternidade de sofrimento e profundo arrependimento de não ter aceitado agora?

Volte para Cristo:

A volta para Cristo é necessária. A volta pode não ser um caminho fácil, não estranhe se houver oposição, fraquezas ou dúvidas. Viver afastado dos caminhos do Senhor é perigoso, desnecessário e poderá custar a sua vida, por isto, volte! Volte para o lugar que é seu e teremos uma imensa alegria de tê-lo de volta ao lar.

Eu não sei há quanto tempo você está afastado, talvez a igreja onde você congregava tenha mudado, as pessoas certamente mudaram, os costumes podem não ser mais os mesmos, mas Cristo não mudou, ele continua oferecendo seu amor a todos que se entregam a ele.

A Cura.

Quando um vaso se quebra é fácil colar os cacos?
Nem sempre é fácil, nem sempre se colam os cacos direitinho, nem sempre se encontram todos os pedaços, mas tudo cola e se regenera. Mas regenera e nunca volta ao mesmo, porque mesmo que esteja forte de novo, "lembra" do passado, e tenta não quebrar de novo, os cuidados são mais intensos, tudo se protege melhor para não quebrar de novo.
Mas regeneramos sim, partimos e regeneramos se quisermos. Às vezes pensamos que é impossível, mas o tempo, ai o tempo, esse nos muda tanto, nos faz crescer, evoluir... Tantas vezes chorei pensando que a dor não ia passar nunca, mas passou. Somos muito mais fortes do que pensamos. E depois de já ter quebrado algumas vezes, já quebra com menos facilidade depois. Já tem muita cola protegendo.
Tenho minhas dúvidas sobre gente que se reinventa e quer riscar o passado do mapa.
Se não pode? Quem sou eu para dizer isso. Só acho que pega muito mal fingir que toda uma vida até ali não existiu.

Sem Mais!

"Por mais cansado que eu esteja, eu preciso esta ao lado dele, eu preciso ser a sua razão, e, acima de tudo, sua fortaleza."

Esse é um fragmento de um texto que escrevi dia 15 de Junho de 2009.

Que ironia!

Super-Herói Por Você.

Pra ser sincero não espero que você venha me ver.
Me dizer coisas, me deixar lhe explicar, lhe convencer.
Por isso, amor, me transformei num super-herói por você, por aí.
Como um morcego que sai à noite com radar pra te proteger (mesmo de longe).
Eu me achava uma pessoa um tanto fora do normal.
Insensível, inabalável com minha capa de metal.
Aí você olhou pra mim, piscou e me deixou tão ruim.
E agora passo o dia e a noite pensando em como te conquistar, e te dizer que amo você até o fim...

(Adaptação, Mr. Gyn)

Pra você guardei o amor.

Quando te ver, haverá o encontro da sua saudade com a minha espera. E o seu abraço será a moldura do meu corpo. Eu vou inventar uma madrugada eterna pra quando você tiver que ir embora no dia seguinte. E você vai inventar um domingo que vai durar pra sempre porque tenho preguiça das segundas-feiras. E a gente vai rir de tudo isso porque o nosso amor é a coisa mais bonitinha do mundo.

Gente De Verdade.

Eu sou um eterno apaixonado por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece.
Tem muita coisa dentro de você? Então jogue essa porra de identidade fora e senta aqui. Pára de falar da rave. Da viagem. Das 200 horas que ficou sem dormir ouvindo tuntztuntz. Ok, pode falar! Mas seja breve. Eu quero saber sobre você. VOCÊ! Você não é só uma festa, uma foto de orkut, um carro bonito que te custa caro. Você não é só um i-phone, uma tv de plasma, uma notícia barata de jornal. VOCÊ É GENTE! E gente sente. Gente ama, sofre, sente sono. E tem medo. EU TENHO MEDO. Eu, na verdade, tenho muitos medos. E um deles é que as pessoas virem apenas uma IMAGEM. Não para os outros (que se fodam os outros!), mas para si mesmo. Meu Deus, aonde vamos parar? Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo. Não sou hipócrita, veja bem. Também adoro um auê, uma frescurinha, uisque bom. Tenho um ego chato que apaga fotos em máquinas alheias. Fico emburrado se a calça jeans não entra. Brigo cá com meus defeitos (que são caros, fartos e meus). E acho que todo mundo também. Mas o que vim dizer hoje não é isso. Ou melhor, é sim. O que eu quero falar na verdade é que: A GENTE PODE SER BEM MAIS QUE ISSO. Que tal preocupar-se um pouco mais com SER do que com o TER, nem que seja pra variar? Me conte suas viagens, me mostre sua história, mas seja sincero: você detestou aquele lugar que todo mundo ama! VOCÊ ODIOU, na verdade. Então pra quê dizer que foi uma viagem “do caralho” e colar aquelas fotos com aquela gente cretina bem no meio do seu mural? Não precisa fazer linha comigo, nasci desalinhado, você sabe. Lembre-se de quem você era, DE QUEM VOCÊ É. (Você se lembra?). É sua essência, tudo o que há por trás desse sorriso lindo e óculos escuros. É minha gente. Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da carteira. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E orar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.

Eis um ultimo fato: Um pingo é letra.

O Corvo (Edgar Allan Poe).

Numa sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco e cansado, sobre um estranho e curioso volume de folclore esquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repente ouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo na porta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "está batendo na porta do meu quarto - É só isto e nada mais."

Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão. Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se ouvirá nunca mais.

E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É só isto, só isto, e nada mais."

Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei: "Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão. Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois, abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.

Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando, temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!". Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra "Leonor!". Somente isto e nada mais.

De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"

Abri toda a janela. E então, com uma piscadela, lá entrou esvoaçante um nobre Corvo dos santos dias de tempos ancestrais. Não pediu nenhuma licença; por nenhum minuto parou ou ficou; mas com jeito de lorde ou dama, pousou sobre a porta do meu quarto. Sobre um busto de Palas empoleirou-se sobre a porta do meu quarto. Pousou, sentou, e nada mais.

Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada. "Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".

E o Corvo disse: "Nunca mais."

Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um nome como "Nunca mais."

Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois, ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar, como minhas esperanças têm me deixado."

Então a ave disse "Nunca mais."

Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "

Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao gritar, "Nunca mais."

Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria mais apertar, ah, nunca mais!

Então, me pareceu o ar ficar mais denso, perfumado por invisível incensário, agitado por Serafim cujas pegadas ressoavam no chão macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e por estes anjos te enviou. Descansa! Descansa e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor. Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a minha perdida Leonor!"

E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! - Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a tempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me - dize-me, eu imploro!"

E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela que os anjos chamam Leonor."

E o Corvo disse: "Nunca mais."

"Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando - "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais! Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra da minha porta!"

E o Corvo disse: "Nunca mais."

E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda, sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto. E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão. E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-á - nunca mais!

Eis um ultimo fato: O Corvo, poema mais popular de Poe, com o clássico refrão “E o corvo disse / Nunca mais”, inspirou poetas tão diferentes como Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes e foi adaptado para o cinema num cômico filme estrelado por Vincent Price e Boris Karloff.
Sei que é uma leitura grande e talvez um pouco cansativa (depende do ponto de vista), mais se você conseguiu chegar ate o fim, bate aqui (PAH!) certamente você é meu parça! :D