Resenha.

Sei que o vento só me incomoda quando meu cabelo está grande, que queijo coalho só é bom na brasa, que uma grande história pode ser uma perda de tempo e que meus monstros ainda me assustam. Por isso mantenho meu cabelo curto para que o vento atice a brasa, asse o queijo, que divido com os monstros, que tornam-se meus amigos e não me assustam mais! Quanto às grandes histórias... Infelizmente ainda perco meu perco tempo.

Descobri conveniências, hipocrisias, avarezas. Hoje sei, pelo menos enquanto esse hoje durar, que não posso me dividir. Tenho que permanecer inteiro sempre. É difícil juntar migalhas. É difícil reconhecer pedacinhos de mim. Já conheci lagartixas que tinham nome, sobrenome, endereço e profissão. Pensei que eram pessoas. Mas eram só lagartixas, que vão passar a vida inteira pensando que são gente!! Já fui quadro, moldura, pôster, retrato, tudo que esses seres rastejantes usam para se esconder. Saí da parede! Posso ter sido um esconderijo, mas nunca fui lagartixa!!!

Queria saber tocar violão, falar mandarim e fazer molho mostarda. Ser menos responsável e mais desequilibrado. Dormir apenas uma hora por dia ( pra sonhar de vez em quando). E nunca ter "futuro do pretérito".

No mais quase sempre sou de menos. Demais, pra mim, é tudo que transborda: a água do arroz, a espuma da cerveja, a violência. E, sem mais, já fui! Não gosto de chegar atrasado... HAHAHA x)

Um comentário:

  1. Muito bom, gostei muito. Principalmente da parte da lagartixa. Eu tenho pavor de lagartixas!

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