Insetos Interiores.

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos. Alguns rastejam, outros poucos correm, a maioria prefere não se mexer. Grandes e pequenos, redondos e triangulares, de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários oriundos de variadas raízes, radicais, ramificações da célula rainha; desprovidos de asas, não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo.
Queimam os seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, da nossa paz e ciência. Regurgitam assuntos e sintomas, avoam e bebericam sobre as fezes, descansam sobre a carniça e repousam-se no lodo.
Lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são!

Assim são os insetos interiores:
A futilidade se encarrega de maestrá-los. São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual, das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite; antes da insônia, a bênção!
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa... a família.
São soníferos. Chagas sem curas.
Não reproduzem: são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas, cortam os troncos, urinam nos rios. E na soma dos desagravos, greves e desaterros, esquecem-se de si!
Pontuam-se!
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim: na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago...
Uma sensação de...
... o quê mesmo que se passa?
Um certo estado de conformação conformado parece bem-vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada, do que romper com as correntes de preguiça e mal-dizer. Silenciam-se no holocausto da subserviência. O organismo não se anima mais, e assim, animais ou menos assim; descompromissados com o próprio rumo, desprovidos de caráter e coragem, desatentos ao próprio tesouro: CAEM.
Desacordam todos os dias, não mensuram suas perdas e imposturas não almejam, não há alma... Já não mais amor.
Assim são os insetos interiores!
(Teatro Mágico)

Eu acho tão interessante o modo como Fernando Anitelli do Teatro Mágico fala dos “humanos” nessa música, nos referido como insetos...
O vídeo acima, explica de uma forma bem clara através de imagens o que o escritor realmente quis transmitir. É legal. Vale a pena assisti-lo.
Abraço a todos! =)

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