Uma vez escritor...

Tudo estava extremamente bem na minha vida de aspirante a escritor. Eu pensava até que a vida seria mesmo fácil. Pura boemia. Imaginava um tanto de cerveja aqui, muito dinheiro ali e, claro, um monte de pegadas maravilhosas sobre mim, todas admiradas com meu enorme talento (inclusive para escrever). Era um baita projeto de vida, sem dúvidas. Nessa ilusão, bastava eu evoluir um pouco para chegar ao nível de um Verissimo. Ou, se eu fosse um pouco mais safadão, um Nelson Rodrigues.

Seria o suficiente. Desfrutaria de tudo o que há de bom nesta vida, do melhor jeito possível. Viveria cercado de pessoas importantes. O Flamengo até ganharia a Libertadores, sobre a qual, inclusive, eu faria uma crônica. E se desse alguma merda, tudo bem, já serviria como assunto para escrever, quem sabe, uma autobiografia. Seria um sonho, de fato. Mas a vida… PQP!… A vida é uma caixinha de surpresas. Então, quando tudo parecia estar caminhando bem, virei aluno de Enfermagem…

Entrar numa faculdade de Enfermagem meio que significou jogar na lama minhas aspirações literárias. Afinal, foi lá que eu tive meu primeiro contato com a saude. E isso foi o fim. Meu negócio, afinal, era escrever textos despretensiosos, informais, livres. Nos meus textos eu podia usar redundâncias à vontade, ser pessoal, gostoso, forte e sensual. Ou seja: eu podia ser eu mesmo =P.

Eu escrevia algo aqui, algo ali, mas nunca sentia que era algo para ser publicado. Tudo parecia sem graça, chato e bobo. E não por pouco. Depois de começar a usar determinada linguagem técnica, você acaba perdendo aquele jeito antigo de escrever. As coisas ficam mais rigorosas, afinal. E isso é frustrante. No final das contas, tudo isso refletiu diretamente neste blog, que acabou um tanto quanto abandonado.

No entanto, após incessantes apelos, e-mails, tuítes, apertões de bunda e até sinais de fumaça (mentira =P), resolvi que é hora de vencer essa barreira que se criou na minha cabeça e tchanananã!

Claro que o tempo disponível não é o mesmo de antes. Mas, por outro lado, escrever é algo sensacional. E não quero e nem posso deixar algo tão bom assim pra trás.

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