Mato, não mato, atodôo minha sede com meus amigos num bar ou encho a cara sozinho aos sábados esperando o telefone tocar?
E é incrível como nunca toca!
Mas na segunda-feira eu me distraio ralando com o suor do po-ten-ci-al criativo dezoito horas diárias para aquela profissão fodida.
Entretanto, eu quero dizer, e ele me corta manso, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só humedece com álcool.
Me passa o cigarro!
Não, não estou desesperado, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louco nem bêbado.
Estou é lúcido pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída. Ah, não se preocupe meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e tramal.
Depois deito. Depois durmo. Depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santo, absolutamente puro, absolutamente limpo. Depois tomo outro porre, fumo cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo: "preciso-tanto-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá", e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles prédios e edifícios sinistros.
Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
Nenhum comentário:
Postar um comentário