Deprêland.

Por mais correto e bem centrado que você seja, cedo ou tarde acaba se enrolando no GPS e indo parar num lugar meio estranho, chamado Deprêland.

Você nunca sabe direito como foi parar lá. E nem percebe logo de cara. Daí reconhece uma esquina ali, uma pilha de louça aqui, uma correspondência fechada acolá. E batata, saca que é Deprêland mesmo.

Pra Deprêland a gente não leva mala. Um camisão xadrez com samba-canção já arrasa. Por dias. Outro indício que estamos lá é o fenômeno do cabelo vivo. Ele tem vontade própria te deixando em pouco tempo a cara da Medusa.

Em Deprêland você não precisa se preocupar com nada. Nem com contas, nem com família, nem com trabalho, ou porra nenhuma. O único problema é que lá o mundo gira, a vida gira, mas você não. Como um conto ruim.

Voltar de Depreland é chato mas geralmente a gente acha sozinho. Fica no fim dum túnel onde brilha o sol, onde se faz a barba e onde os olhos têm uma outra função além de chorar, que é enxergar o mundo como ele é: complicado, encantado e lindo de viver.

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