O Fora.

Quando comecei a escrever este blog, eu era um tanto quanto incapaz de chegar numa pessoa e deixar claro o meu interesse. Para não dizer totalmente incapaz, eu chegava junto, tão-somente, se a pessoa deixasse bem claro que também estava interessada. E até chegar nesse momento, acredite, precisava de muitos olhares, cruzadas de pernas e os mais variados sinais de interesse. Sim, eu era mole. Na boa, meu caro, naquelas circunstâncias, se a humanidade dependesse de mim para perpetuar a espécie, a humanidade estaria na fossa (artifício supimpa para não escrever a palavra “merda”).

De algum modo, no entanto, ao custo de muitos foras, comecei a aprender como funciona a mente humana. E o mais importante: descobri que tentar mudar minha maneira de ser não resolveria o problema. Foi então que decidi me envolver com pessoas que gostam do que eu gosto, ou que pelo menos aceitem ou procurem entender (sexo selvagem, oi?). Não adianta, afinal, querer ser o que você não é. Simplesmente não dá certo. E, felizmente, quando descobri essa verdade, a mágica se fez. E o macho dentro de mim despertou — ui.

Inexplicavelmente, depois da minha caminhada espiritual e a descoberta do meu eu interior (cof), algumas pessoas começaram a se interessar pelas minhas qualidades (potência, tamanho… hã?) e, de uma hora pra outra, me vi imerso num mundo de confusão e alta azaração. E o melhor: agora eu estava do lado certo da força. Ao invés de ser o amigo-irmão, eu era aquele que beijava.

Acontece que se a falta de sexo é um problema, o excesso também é. Afinal, eu até concordo que sou demasiadamente potente, mas tenho um limite (sim, eu faço auto-propaganda). E então descobri que precisaria fazer algo inédito: dar o fora. E logo eu, a vítima dos foras, virei o carrasco.

Mas como dar o fora? Afinal, por mais que já tenha sentido o gostinho amargo da auto-afirmação alheia, não acho necessário fazer o mesmo. É só uma questão de interesse, nada mais. Não necessito jogar a pessoa pra baixo. Se não estou interessado mais nela, não significa que ela não é boa o suficiente, ou que eu sou melhor. Mas como deixar isso claro? Bom, sei lá. Não sei. E por isso, sem amizade, sem nada, a pessoa sumiu.

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