Há também outras coisas japonesas que, acredito eu, estão devidamente enraizadas no meu DNA. O amor por japonesas, por exemplo, é um. A perversão, outra. Ah, e não posso esquecer, claro, do meu fator playmobil. Agora, culturalmente falando, de japonês não tenho praticamente nada. Deveria ter. Há coisas na cultura japonesa que me seriam, sim, muito boas. A disciplina é um bom exemplo. No entanto, por outro lado, é até bom que alguns traços culturais tenham se perdido no tempo, como o Kancho.
Kancho é a arte de dedar os outros. Não, não estou falando de fofocas, estou falando de sentar o dedo onde não é chamado, ou melhor, onde o sol não bate. Sim, é vulgar mesmo, eu sei, mas é dura e dolorida verdade. E é cultural. O que é estranho é que os japoneses realmente devem adorar o Kancho (ui).
No Japão é costume entre alunos enfiar os dedos nos serelepes professores (os quais, devido ao Kancho, acabam ficando saltitantes também). É uma arte. E, o que é pior (ou melhor, se você for um rapaz alegre demais), os jovens japoneses gostam disso. E acham engraçado.
Lá no Japão, o Kancho é aplicado nas pessoas preferencialmente desprevinidas, homens ou mulheres. E são dedadas sem igual, por sinal, já que virou tradição. Tanto é que há até técnicas para posicionar os dedos e acertar o devido lugar — naquele lugar.
O Kancho, porém, em sua maioria, é algo feito entre amigos, entre pessoas íntimas. Por isso, cá entre nós, você deveria agradecer agora mesmo por eu não ser praticante do Kancho. Afinal, não cairia bem dizer que é meu amigo.
Fonte: Saber é bom demais.
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