Significados.

Sempre fui alguém muito questionador. A razão disso tudo surgiu cedo, quando descobri que bebês não eram trazidos ao mundo por cegonhas. Confesso que, à primeira vista, fiquei chocado (afinal, não é bom saber que seus pais fazem “coisinhas” na calada da noite – aliás, não pense nisso). Mas, por outro lado, foi bom saber que as coisas nem sempre são aquilo que parecem ser.

A partir daquele momento, passei a ter uma curiosidade enorme em entender o porquê de tudo, saber o que realmente existe por trás das coisas. Virei, com o passar dos anos, uma espécie de filósofo de buteco, criando as teorias mais mirabolantes sobre tudo o que me cerca. Depois de um tempo, contudo, nossa cabeça muda e a gente vai percebendo que algumas coisas, como a vida e as pessoas, não são fáceis de entender. Então, ciente disso, resolvi apenas viver a vida “como se não houvesse amanhã”.

Mas, no entanto, o tempo passou e, após algumas coisas começarem a falhar (viagra, oi? HAHAHA), a barriga crescer e as rugas aparecer, percebi que viver bem a vida só é possível quando realmente a conhecemos.

Apesar de ter essa consciência, a verdade é que não consegui entender o significado de coisas elementares, como a felicidade, a vida e a mim mesmo. Está certo que a maioria das pessoas não entendem isso também, mas nunca me contentei com “apenas viver”. Afinal, é necessário entender o verdadeiro significado das coisas, para não perdemos nosso precioso tempo com aquilo que não vale a pena.

Isso mudou, porém, quando encontrei um pé de amora “carregado”. Está certo, pode parecer maluquice (e juro que nem fumei as folhas da amoreira). É que quando comi aquela fruta (ui) roxa, senti uma sensação mágica. Foi como se tivesse voltado no tempo. Revivi coisas que eu jamais poderia imaginar que ainda estivessem em minha cabeça,: uma parte da minha infância que há muito tempo havia se perdido entre outras lembranças. Percebi, então, algo simples, que sempre esteve ali, mas que eu nunca havia percebido: nós é que damos o verdadeiro significado às coisas.

E a nossa vida, no final das contas, está diretamente ligada a isso. Tudo depende das coisas nas quais depositamos o signifado daquilo que nos faz feliz e que faz com que nossas vidas valham a pena. Alguns acham que dinheiro significa felicidade; outros que é o sucesso profissional a razão de viver… A verdade é que a felicidade não está tão distante e nossa vida não depende disso tudo. A felicidade pode estar em coisas simples, comuns, como um amora, uma música, um texto, um sorriso, um abraço. Depende apenas da maneira como você vê as coisas que o cercam.

No final das contas, são coisas triviais que fazem a vida valer a pena. É como dito em um filme* que assisti:

“A maioria dos dias do ano é comum. Eles começam e terminam, sem nenhuma memória durável nesse tempo. A maioria dos dias não tem impacto no decorrer da vida. “

Se esperarmos um grande evento para nos sentirmos felizes, perderemos a maior parte de nossas vidas nessa espera.

* Filme: 500 dias com ela (500 days of Summer)



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