Fechar pra balanço é uma dessas coisas que a gente descobre necessário quando se atinge a idade adulta. Necessário, mas nada fácil.
Eu fechei pra balanço, depois de terminar uma relacionamento muito bacana, desses que só dão alegria. (Sim, fui ironico!)
Um lugar comum do fechamento pra balanço é abrir pros amigos opinarem sobre suas relações. Ritual esse, geralmente regado a muita cerveja e Jack. Mas cuidado. Se seus amigos forem como os meus, periga você terminar numa rodinha inquisitória, onde qualquer semelhança com As bruxas de Salém não será mera coincidência.
Porém, nada é pior na vida duma pessoa fechada pra balanço do que achar a pessoa certa nesse momento, digamos assim, errado da vida. E se você tiver o meu azar ela vai ser legal, bonita, triatleta (tá?) e cheia de vontade de juntar escovas de dentes, enquanto você, ordinary e complicadinho, se encontra incapaz de começar nem curso de inglês, quiçá relacionamento maduro.
Como disse, fechar pra balanço não é fácil. Mas é ainda assim é o único momento em que a gente pode olhar pra trás com tranquilidade e entender que, além de suprir nosso mundinho urbanizado e cosmopolita, a nossa vida é uma extensão de algo maior que nos rege e que precisa passar pelo outono, inverno e primavera, para provavelmente ter o seu verão.
Eu sempre digo que existem muitos prazeres no mundo. Imagino que só e falar nisso você já pensou em alguns.
Se você não é ator da globo, que se apaixona loucamente toda semana, vai sentir isso poucas vezes na vida. Eu, pelo menos, senti umas três. E não passa disso.
Tá, é um prazer meio masoquista. Afinal, mesmo a (sublime) sensação de liberdade também carrega na memória o tempo que a gente penou, comendo aquele pão, amassado você sabe por quem...
Mas isso passou! Afinal, você aprendeu a se apaixonar por si próprio e ficou bem com isso, seu peito não doeu como de costume. E lembrou que nesse dia uma estrela riscou o céu, e que você, depois de muito tempo, finalmente pôde fazer um pedido só seu.
Isso é bom? Sim, isso é MUITO bom!
Nenhum comentário:
Postar um comentário