Guarda-Chuva.

Duas amigas. Ambas bonitas (mesmo), bacanas (mesmo), resolvidas (ok, aqui uso uma licença poética) não falam de outra coisa a não ser desilusão. Seria cômico se não fosse tão trágico. Já até decorei o nome da tal analista. Sério!
Curiosamente, clamaram pelo fim do relacionamento e agora se recusam a aceitar a condição da solteirice. Natural, diria você. Mas a questão aqui é outra. Não sofrem por amor a pessoa fruto da paixão (?) mas por amor a condição do namoro.
Como se faz quando não se gosta do outro, mas se gosta do cotidiano, do dia-a-dia? Sendo mais claro, agora que terminou, o que Maria leva? Ou melhor, o que João leva, já que deixar tudo como está, mesmo quando não está bom, é um comportamental masculino?
Identifico aí fatores diversos. Preguiça (de recomeçar), medo (de nova desilusão), frustração (de não ter dado certo) mas sobretudo uma grande dose de caretice. Tá tudo e todos tão caretas que dá preguiça de se viver uma solteirice plena nos dias de hoje.
O que aconteceu com a sensação de liberdade? Com a delícia de não se ter prazo? Daquela pessoa que se basta, que aguça a curiosidade dum batalhão justamente por estar na dela, sem precisar de nada, porque não precisa de ninguém pra existir.
Claro que este mundo republicano explica muita coisa, mas prefiro acreditar que optar por uma vida chata, por pura proteção, é uma excessão. Penso assim porque, como diria minha Sally, existem dois tipos de gente: os que usam guarda-chuvas e os que não usam.
Eu sou do tipo que se encharca. E você?
Já que você não está aqui, vou continuar a planejar.
Já sei o caminho que faço.

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